terça-feira, 24 de abril de 2012

Ao soar das teclas MMA: A volta dos gladiadores

Nesta edição pretendo falar sobre uma modalidade esportiva que vem crescendo notoriamente em número de participantes e, também em divulgação por parte da mídia, alcançando status de modalidade esportiva que mais cresceu nos últimos anos. Refiro-me ao MMA (Mixed Martial Arts) cujas raízes estão no vale-tudo no Brasil e no shootwrestling japonês. O vale tudo teve seu inicio na terceira década do século XX quando Carlos Gracie fundador do jiu-jitsu (que é uma arte marcial brasileira) fez um convite para vários lutadores de modalidades de lutas diferentes se enfrentarem no que era chamado de “Desafio do Gracie”. Hélio Gracie e a familia Gracie deram continuidade a este desafio que passaram a ser duelos de vale-tudo, mas que não tinham o acompanhamento da mídia. Na década de 80, no Japão, Antonio Inoki passou a organizar uma série de lutas de artes marciais mistas causando a formação de uma das primeiras organizações japonesas de artes marciais mistas conhecidas como shooto. As artes marciais mistas obtiveram grande popularidade nos EUA no ano de 1993, quando Rorion Gracie e outros sócios criaram o primeiro torneio de UFC (Ultimate Fighting Championship). Com o sucesso do UFC, os japoneses criaram o Free Style Japan Championship ou Open Style Japan em 1994 (na época eram os dois maiores torneios de MMA do mundo) cujas duas primeiras edições, no ano de 1995, foram vencidas por Rickson Gracie, que na década de 1970 e 1980, era um grande lutador de vale-tudo no Brasil e que lutava também no Open Japão e nas primeiras edições do Pride Fighting Championships. No ano de 2001 o ex empresário do boxe Dana White convenceu os amigos Lorenzo e Frank Fertitta donos da rede de cassinos Station e compraram o UFC pela bagatela de 2 milhões de dólares. Mudaram algumas regras e conseguiram legalizar o esporte em quase todos os estados americanos. Em 2007 o UFC comprou o Pride e levou vários atletas do Japão para os EUA transformando o UFC na maior organização de MMA do planeta dominando mais de 90% do mercado mundial de MMA. O MMA, como qualquer esporte, tem suas regras e que são severamente seguidas, as regras gerais são:  Os lutadores devem usar luvas de dedo aberto fornecidas pelo evento;  Obrigatório o uso de coquilha (equipamento de proteção genital) e protetor bucal;  É permitido (porém não obrigatório) o uso de sapatilhas, protetores para cotovelos e bandagem para tornozelos e punhos;  Lutadores que não demonstrarem agressividade ou combatividade serão advertidos e a luta reiniciada São consideradas ainda atitudes antidesportivas:  Cabeçadas, dedo no olho, morder, puxar cabelo, beliscar, arranhar e cuspir no adversário;  Ataque à boca do adversário com a mão, a região genital ou ao rim com o calcanhar;  Enfiar o dedo em qualquer orifício corte ou laceração e manipular as articulações pequenas do adversário;  Ataques à coluna ou parte de trás da cabeça, golpear de cima para baixo usando a ponta do cotovelo, qualquer tipo de ataque à garganta e agarrar a clavícula;  Chutar ou atingir com o joelho a cabeça do adversário que está no chão;  Arremessar o adversário de cabeça no chão ou atira-lo para fora do octógono;  Segurar o calção ou luvas do adversário, assim como agarrar a grade do octógono;  Utilizar de linguagem imprópria ou abusiva ou ser flagrado desrespeitando as instruções do árbitro;  Atacar o adversário nos intervalos, que esteja sob os cuidados do juiz ou após a campainha ter anunciado o final do round;  Sem limitação, evitar o contato com o adversário, cair de forma intencional, derrubar insistentemente o protetor bucal ou fingir lesão;  Interferência do córner ou jogar a toalha durante a luta;  Usar alguma substancia escorregadia no corpo. Tudo que ganha notoriedade acaba, também, gerando polêmicas, no caso do MMA, a polêmica ganhou corpo com o acontecido com o jovem americano Jeffrey Dunbar, de 20 anos, que ficou tetraplégico durante um evento amador que acontecia em um bar em Joliet, no estado americano de Illinois. Durante o combate o lutador fez um movimento brusco para tentar sair de uma posição adversa e forçou o pescoço contra a grade do octógono resultando na perda dos movimentos das pernas, das mãos e da fala. Triste fato reascendeu a polêmica em torno do MMA e a questão foi lançada ao ar: Pode ser considerado esporte uma luta violenta como o MMA? Essa pergunta me faz relembrar uma entrevista com o ex-pugilista Adilson dos Santos, o Maguila, quando perguntado se ele não achava o boxe um esporte violento ele, com toda a sua simplicidade, respondeu que violência era sair na rua e ser assaltado tendo uma arma apontada, violência era a sua mulher, ou sua filha serem vitimas de um maníaco sexual e, que no boxe, eram dois atletas treinados para aquilo, ou seja, o combate no ringue. Nessa perspectiva, o lendário ex-pugilista tem toda razão, mas, por outro lado, não há como dizer que o boxe e o MMA não são esportes violentos e não são os únicos. Eu, particularmente, gosto de assistir as lutas de MMA, mas por vezes, tenho a mesma reação de quando estou assistindo a um filme de terror (aquela reação de se fechar os olhos diante de uma ou outra cena mais assustadora). No domingo último a Rede Globo começou um novo reality show que tem como tema o MMA onde duas equipes, com 10 competidores cada, confinados, treinando juntos onde o paredão será os combates eliminatórios até a grande final com os dois finalistas que terão contratos com o UFC. Para se ter idéia do sucesso do MMA a Rede Globo comprou os direitos de transmissão do UFC no Brasil (o chato é aturar o Galvão Bueno narrando UFC). Muito ainda irá se discutir sobre essa modalidade esportiva que a cada dia cresce em todos os países e, sem dúvidas, muitas coisas irão acontecer dentro e fora do octógono e, quanto a questão se é violento ou se é esporte, vou ficando com a modesta opinião de que é um esporte violento. Neilton Carlos é formado em Letras e Cronista Esportivo filiado a ACEEG (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás)
EM QUE SENTIDO O MITO, RELIGIÃO E LINGUAGEM FAZEM PARTE DA COMPREENSÃO DO HOMEM rodrigomarcante@hotmail.com Em toda a história da filosofia encontramos inúmeras perguntas sobre o homem, o Ser e outros problemas que envolvem o homem em sua totalidade e em sua particularidade. O mito é uma explicação da realidade de forma não pragmática e não técnica, que está ligada a uma tradição e a uma cultura primeira que desvela uma verdadeira autenticidade em seu conteúdo, mas não de maneira intelectual deixando este papel da intelectualidade para a filosofia, que por sua vez tem em si mesma um princípio racional. A religião busca uma explicação do que é o homem, o que ele é, ficando carregada de crenças, ou por sua fé, apresentando assim uma verdade absoluta que não permite ser questionada, onde se sustenta pelos dogmas, resistindo a uma análise lógica. A linguagem é outro elemento que envolve a compreensão do homem, se caracterizando por símbolos e significados que trazem consigo um sistema simbólico e uma construção de razão permitindo, assim, ao homem um entendimento dos signos que compõem a língua e a si mesmo. O homem em seu processo racional cria “códigos” que permitem uma aceitação global e social, unificando o entendimento das coisas na classe “homem” e na classe “racional”, onde através do desvelamento desses signos quer representar algo da realidade corpórea ou até mesmo fora dessa realidade. No campo da linguagem temos uma aproximação estreita com a cultura e com o pensamento, permitindo uma compreensão muito vasta que engloba o ser humano tanto na área da ciência, da arte ou qualquer outra área do pensamento que por hora é mutável de acordo com a transformação do mundo que envolve a sua espécie. Essas três áreas que delineiam a espécie humana têm em si uma particularidade, mas em seu todo tenta explicar o homem como ser racional, ser transcendente, ser de significados. Assim o mito tem uma explicação baseada nos sentimentos, tornando-se uma verdade imperfeita, a religião por sua vez, se encontra na transição ente o mito e a filosofia, eleva o homem a um Ser que tem fé, que acredita. A linguagem é, portanto, a compreensão dessa significação que está sobre o mito e a religião, através de “técnicas” desenvolvidas pelo próprio homem, ao qual se apega a uma linguagem verbal, gestual ou artística. Todas essas características que envolvem o homem em seu plano existencial vêm contribuir para uma evolução da espécie humana na percepção da realidade, na compreensão de mundo e na esfera cultural, fazendo do homem um ser carregado de enigmas e surpresas, pois em cada momento se descobre e se revela de maneira diferente, descobrindo por trás de si mesmo uma racionalidade que está imbuída de caracterizar sua existência, seja através de mito, da religião ou da linguagem, carregando em si um sentido filosófico compreensível para cada época, demonstrando o homem social que transcende nossa experiência, que vai além das nossas possibilidades corpóreas, produzindo uma nova cultura, uma nova significação, uma nova estrutura de pensamento, conforme o momento ao qual ele se encontra.

O Poder ideológico da Escola

O Poder ideológico da Escola A educação brasileira [pública ou privada] está, há muito, em período de crise. Todos que recentemente passaram pelo ensino básico, podem rapidamente fazer um resumo das contribuições desse período para suas vidas. Uns dirão que nem lembram. Outros dirão que aprenderam a sentar em fila, cantar o hino nacional e permanecer calados. Talvez seja possível uma análise dessa crise, atentando-se ao caráter de “Aparelho de Estado” que a Escola tem. Primeiramente, é necessário esclarecer o significado desse termo. Aparelhos de Estado são instituições que servem aos interesses do Estado [entendendo Estado como a união de todas essas instituições] para a garantia de conservação da ordem social. Esse termo foi primeiramente pensado por Karl Marx, conhecido como o “criador do Socialismo Científico”. Porém, Aparelhos de Estado para ele resumia-se a algumas instituições [polícia, exército, administração, tribunais, o governo, as prisões, etc.] que, por meio da <>, controlavam a sociedade. Gramsci, teórico marxista, foi além, observando que outras instituições, também agiam como aparelho de estado, porém de modo <>: a igreja, a escola, os sindicatos, os jornais etc. Sobretudo, quem tratou mais a fundo o termo, fazendo a fragmentação de suas partes e reunindo-as em um conceito mais abrangente foi Louis Althusser em seu livro intitulado “Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado”. Ideologia pode ser entendida, segundo Marilena Chauí, como “um ideário histórico, social e político que oculta a realidade, e que esse ocultamento é uma forma de assegurar e manter a exploração econômica, a desigualdade social e a dominação política”. Entendendo por ideário, modos de agir, de vestir, de pensar, valores, crenças, etc. Nesse sentido, que lugar melhor para se transmitir um ideário construído historicamente senão a Escola? Como dito em edição anterior do Jornal, a Escola é um dos aparelhos mais eficazes de controle da sociedade pelo Estado. É ali que se aprende a não questionar autoridades hierárquicas, mesmo quando estão erradas. É ali que se aprende a cumprir horários, tarefas e obrigações. É ali que o sinal soa. Quando se está na Escola, é fácil prever seus movimentos. Sabe-se onde está, com quem está, o que está fazendo, e o mais interessante, sabe-se o que está pensando. Como assim sabe-se o que se está pensando? O que é ensinado nas escolas é previamente selecionado, por aqueles que têm como função moldar pessoas. Os conteúdos vistos durante as aulas não se relacionam com a realidade dos alunos. Os alunos não veem sentido algum em estarem ali. São obrigados a aprender equações, nomenclaturas, abreviações, teorias etc., ocupando suas mentes com algo que consideram chato e estressante. Nada a respeito da realidade é discutido ali. Assuntos que são emergentes e cotidianos são ignorados. Muitas Escolas têm seus banheiros destruídos, seus quadros negros rachados, sua merenda escassa e suas janelas quebradas. Mas isso não deve ser questionado. Construiria mentes perigosas ao Estado. Mentes que, provavelmente, não ofereceriam tão fácil sua força de trabalho futuramente. Mentes que repudiariam o sistema educacional e a sociedade como estão. Não que as disciplinas curriculares sejam desnecessárias. O caso não é o que ensinar. O caso é o como ensinar. Quando se ensina qualquer disciplina, mesmo disciplinas de ciências humanas, pouco se discute sobre a realidade, não havendo nenhuma contextualização dos termos. Como se as ciências fossem desvinculadas da realidade social. Como se não fossem construções humanas, desenvolvidas histórico, cultural e socialmente. Quando aqui foi tratado sobre a influência de órgãos internacionais, como o Banco Mundial, no que é ensinado e como é ensinado nas Escolas latino americanas, objetivou-se abrir caminho para uma crítica mais aprofundada. Enquanto esses órgãos, que visam à profissionalização mercadológica, estiverem manipulando o sistema educacional, as ideias contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) para a Educação, nunca se concretizarão. Esses parâmetros idealizam uma Educação formadora de cidadãos críticos, que atuem de modo direto e ativo na sociedade, questionando as desigualdades e lutando por seus direitos. Porém esse ideal jamais será alcançado, enquanto a Educação estiver vendida aos interesses do mercado neoliberal. Enquanto essa ideia de falsa autonomia institucional permear por entre os meios educacionais, a ideologia de mercado continuará coordenando os passos que a Escola dá. E, consequentemente, coordenando os passos que a sociedade dá.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Somos mais que rótulos

Somos mais que rótulos Surgiu há mais de 3500 anos, desde aí inúmeras são suas funções e significados. Primitivamente eram feitas para marcarem as fases da vida biológica, depois, representavam fatos da vida social, como nas comunidades tribais espalhadas por várias partes do mundo, são consideradas ritos, marcas que evidenciam costumes, crenças e personalidade. Até mesmo na era Cristã, sob o risco de sofrer severas punições também era manisfetada entre os cristãos como forma de se reconhecerem. Na era moderna passou anos de marginalidade, como algo repulsivo e que trouxe forte e marcado o preconceito existente até hoje, mas em formas bem menos radicais. Hoje é vista por pessoas que admiram e são adeptos da arte. Essa é uma breve história da tatuagem, uma arte que também foi marcada pela presença feminina. Tempos atrás, o único lugar que se podia encontrar uma mulher tatuada era em circos e feiras exóticas, pois, como sempre o preconceito se fazia presente, rótulos como “tatuagemn era coisa para marinheiros e motociclistas rebeldes”, sempre permaneciam. Os circos no final do século XIX faturavam com esses espetáculos de mulheres tatuadas, pois, eram raras, foi nesse contexto que Jean Furella a famosa mulher barbada fez grande sucesso. Depois de se apresentar por tempos como a mulher barbada, ela tatuou todo seu corpo continuando sua carreira no circo. Em 1939, Betty Broadbent, ficou conhecida como a mais bela tatuada do mundo, com mais de 350 desenhos espalhados pelo corpo, feitos por importantes tatuadores da década de 30, um tempo depois ela se tornou tatuadora.
Cabelos coloridos, descoloridos, curtos ou longos, unhas de cores diferentes, aquelas que somente usam saias, aquelas que trabalham uniformizadas, as que dirigem as que são zelozas mães e donas de casa, as tímidas, as desinibidas e independentes, as que não usam brincos, as tatuadas... Enfim, são características que revelam nossa essência do que somos feitas, das ideias e ideais que carregamos conosco, a história de mulheres que contrariam tantos rótulos como essas citadas acima, devem servir como inspiração para todas independentes do que você concorda ou não. Devemos saber respeitar e até mesmo admirar a coragem de mulheres que com atitude mostram que podem sim ser taxistas, caminhoneiras, vaqueiras, tatuadas e tatuadoras. Somos sempre lembradas como o sexo da fragilidade, a parte que sempre deve ceder, as emotivas, sensíveis e até sensitivas, no dia que se comemora nossa condição de mulher ganhamos botões de rosas vermelhas, bombons e cartões, sempre nos lembrando de nossa importante existência, da força da mulher e da capacidade feminina. Realmente não discordo de tanto “encanto feminino”, de tanta doçura, não discordo das rosas, muito menos dos botões, mas eles ficam melhores em suas roseiras do que dentro de uma agenda velha e jamais discordaria dos bombons, esses que nos acompanham em nossas mensais regras de tortura. Diante de todo esse rótulo de sexo frágil, que comumente é reforçado, percebo que somos muito mais que um sexo, e bem mais que fragilidade, somos capazes de nos revelar mais que sentimentos, mais que vaidade, mais que “Amélias”, somos capazes de nos manter mulheres até mesmo diante de preconceitos provenientes da falta de conhecimento, o fato de ter abordado a tatuagem, foi somente uma forma de mostrar que tudo tem seu fundamento, desde uma simples vaidade feminina até mesmo a expressão de personalidade e só percebe isso quem é capaz de admirar com sabedoria uma mulher de verdade.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O sistema penal brasileiro

O sistema penal brasileiro Michel Foucault, em um de seus trabalhos, com o título Vigiar e Punir, publicado em 1975, indaga as práticas do Direito, perfazendo-se uma visão nem um pouco convencional, trazendo à tona uma discussão sobre o suplício como forma de punição e a sua substituição pela privação da liberdade. Analisando as mudanças nos sistemas penais da sociedade ocidental. Iniciando sua análise pela forma de punir do final do século XIII até o início do século XIX. Discutindo sobre o que chama de “espetáculo” até o sistema prisional. Nos levando a uma reflexão sobre a necessidade de uma revisão do sistema prisional atual. Nietzsche, traz a idéia de que a punição, a pena, seria um ato público de vingança, onde o infrator passa a ser visto como inimigo sendo detestável e passivo à ira de uma sociedade. Já para o general francês, Maud’huy, sob a perspectiva da Primeira Guerra Mundial, o infrator passa a ser detestado como um inimigo, passivo aos horrores da guerra devendo ser punido severamente. Ambos trazem a punição, imposta por, seja pela sociedade, seja pelo exército extremista presente na guerra, como forma de retribuição àquele que pratica um delito. No livro Vigiar e Punir, Foucault traz como uma alternativa para a pena que implica em suplício o panoptismo, que seria uma forma de disciplinarização e controle do indivíduo, o que segundo Foucault, uma vez que disciplinaríamos o indivíduo, quando este cometesse um delito seria submetido a tal processo e poderia ser adestrado. Porém, é tido por especialistas como utópico e não aplicável, pois visa adestrar as pessoas para que fossem bons cidadãos e não mais cometessem delitos e não infringissem as normas ditadas pelo poder. Consistindo num sistema de vigiar e punir, onde seria como um sistema carcerário, parecido com o sistema militar, onde a disciplina seria rigorosa e o indivíduo seria adestrado. Porém a aplicabilidade desse sistema e a funcionalidade são discutíveis, pois existem indivíduos que mesmo sob tortura, ou modelo de adestramento, quando a estes submetidos não mudam a sua conduta, quando encontram um momento oportuno. Temos que aprendermos a visualizar então, que o poder do Estado não se resume em legitimar sua força sob o indivíduo, mas de resguardar uma sociedade que deve também observar o indivíduo como sua composição. A grande e pretensa relevância dessa indagação, sobre a punição, se pauta na identificação dos fatores que refletem uma perspectiva de “congelamento” ou “estranhamento” nas relações dos indivíduos para com a sociedade e da sociedade para com o indivíduo, que enfrenta uma dicotômica relação entre a proposta de homogeneização social diante de um sistema de controle e disciplinarização dos sujeitos sociais e a real e concreta heterogeneidade da sociedade que se efetiva de forma desigual e que se legitima pelo “lugar” de onde se fala, articulando-se em seu discurso de poder. Quando se refere sobre um sistema a ser aplicado de forma geral e unânime, nos referimos a algo que submeta todos os indivíduos que num ponto comum, ou seja, que estejam relacionados por um pertencimento a uma determinada sociedade. Assim, se torna algo extremamente complexo, por se tratar de uma redefinição desse agrupamento social, a sociedade como um todo, que se subdividindo, gera um tonificação diferenciada em uma articulação de poder. Então, é imprescindível analisar “quem” são essas pessoas que formam esse grupo que defere o que diz respeito ao que seja a “justiça”, e como alguns poucos indivíduos são capazes de definir “pesos e medidas” que enquadrem os demais indivíduos, em face de um mesmo conjunto de normas e regras que gerem essa organização social. Observando a historicidade do “punir” e sua problematização sobre o suplício e a privação da liberdade nos remete a uma indagação sobre a “evolução” desse quadro de julgamentos e penas. Como e o quê se alterou durante esse decorrer do tempo, na constituição de um sistema de disciplinarização e normatização na sociedade que temos hoje. Percebe-se que houveram mudanças das penas e mudanças nas aplicações das penas, porém se faz necessário essa reflexão, para o entendimento do que está sendo feito de errado, se existe algo errado no sistema penal atual, refletimos também a eficiência dos métodos atuais de punição e a aplicabilidade desses métodos. O suplício humano ainda se faz presente nos dias atuais, sob essa perspectiva analisamos como melhorar o nosso sistema penal, revê-lo, não só do ponto de vista das leis, mas da aplicabilidade destas. Houve uma evolução no sistema penal sob o aspecto do punir, desde o início dos tempos? Ainda existe o suplício humano no sistema penal atual? Numa breve análise podemos observar que houve evolução do sistema penal, do ponto de vista físico e tecnológico, se compararmos ao período citado por Foucault, pois a atrocidade da época com o corpo supliciado era estagnante, mas é preciso melhorar ainda mais. As cadeias estão superlotadas, prédios com infiltrações causados por chuva, más condições de trabalho aos carcereiros; e principalmente, o que diz respeito aos reclusos, até que ponto este corpo não está mais sujeito ao suplício. Problemas estes que não sanam, tampouco remediam a crescente criminalidade. E o que fazermos com aquele que comete o delito, que tipo de punição seria mais eficaz? Nos países onde as penas são mais severas, tais como pena de morte ou prisão perpétua, o índice de crimes não decresceram. Em países como o Brasil, é comum encontrarmos relatos de tortura e de agressões severas e cruéis que nos remetem a tempos em que o suplício era um meio legal e público de punição. Sendo de suma importância não só uma reconsideração do sistema penal, no que diz respeito a parte física, que são os presídios, mas também numa revisão da legislação que por muitas vezes vitimiza o homem gentio e de poucas posses. Por Dulcianny Medeiros Pinto Santana Estudante de Direito Faculdade Padrão

O que o anarquismo fala sobre a educação?

O que o anarquismo fala sobre a educação? João Gabriel da Fonseca Mateus
Muito se fala de educação. Porém, na maioria dos casos a educação tem uma funcionalidade prática e formal, que conduz apenas à elevação do indivíduo a uma formação limitada, por exemplo, formá-lo ao mercado de trabalho para produzir trabalho alienado. Porém, na história do anarquismo vemos outra significação de educação (uma crítica e uma proposta). Neste breve texto, iremos apresentar o que significa educação para os anarquistas, primeiramente, a educação em seu estado atual e após isso, uma proposta de educação libertária. O sentido da educação que os anarquistas propõem é amplamente diferente do sentido capitalista, ou seja, a educação proposta dos anarquistas visa despertar a sensibilidade dos trabalhadores para o caráter integral dos seres humanos, superando as diferenças entre trabalho intelectual e manual. A educação na sociedade atual (capitalista ou qualquer outra sociedade de classes) é evidentemente mecanismo de reprodução de classes. E como se dá essa reprodução? Muito bem fez Mikhail Bakunin ao dizer no seu texto “A Instrução Integral” de 1868 que: “a diferença de classes gera o domínio de classes”. Nesse sentido, a riqueza produzida em sociedade é exclusiva a uma classe que detém conhecimentos e seus progressos. Mas quem é essa classe que é exclusiva do poder e dos conhecimentos? É a classe hegemônica, a burguesa. A classe burguesa opera como legitimadora de seus interesses em suas instituições, ou seja, para isso ela precisa da burocracia, uma classe auxliar que reproduz os interesses burgueses. No seio da burocracia existem determinadas estratificações e a figura da “autoridade”. A “autoridade” é aquele que dirige, manipula, administra, manda e exerce o poder sobre determinadas pessoas. No âmbito da educação, sobretudo no capitalismo, a autoridade exerce posição central, pois é mais uma maneira da manter a ordem vigente através da reprodução da divisão social do trabalho, cuja raiz é o poder econômico, político, simbólico sendo seu fim a hierarquia. Mas como pensar essa destruição? A resposta dos anarquistas está abaixo. Sem mais delongas, adentraremos ao tema da liberdade e a educação. Diante do capitalismo essa educação está necessariamente ligada a uma revolução social. A ideia de ruptura é tida central em nossa percepção. A educação libertária como mecanismo de legitimação da liberdade só passa pela destruição do capitalismo e tudo que o geram. Dessa maneira, qualquer iniciativa a favor da autogestão social é um passo para sua afirmação aumentando a tendência para destruir essa sociedade opressora e instaurar uma sociedade justa e igualitária. A liberdade só se concretizará com a destruição das estruturas de exploração burguesas e de dominação da sociedade capitalista, que impõe o desenvolvimento intelectual, econômico e político para os que detém poder e a exploração para a maioria. Portanto, as organizações burocráticas (escolas, partidos, igrejas, etc.) não conduzem a liberdade. Porém podem possibilitar desde que o indivíduo rompa com seus paradigmas de pensamento que o limitam, ou seja, a própria sociabilidade burguesa. Mas por que? Por que todas essas organizações são organizadas burocraticamente (dividem os indivíduos em cargos e poderes,) e isto só pode reproduzir burocracia. Tanto o Estado, como outras instituições burocráticas visam formar mentalidades adaptadas aos seus interesses de classe. No século XX vemos um aumento significativo das escolas. Esse aumento, patrocinado pelo Estado tem o objetivo único de realizar seus próprios interesses, ou seja, impor aos indivíduos um pensamento reacionário, religiosos, nacionalista, sectário, etc. que reproduz assim a superficialidade, moralismo, atrofiamento da razão e o desenvolvimento da repressão. A formação que tenha por objetivo ou que conduza à liberdade precisa levar em conta que ela só pode existir com condições reais. Isso nos autoriza a afirmar que a liberdade só pode ser concretizada com indivíduos livres. Então, o que seria liberdade? Esse conceito é utilizado por todas classes sociais com diferentes sentidos e significados. Aqui utilizaremos esse conceito a partir da corrente do anarquismo denominada coletivismo. Tendo como maior expoente o russo Mikhail Bakunin, o coletivismo é uma das várias correntes do anarquismo que se desenvolveu no século XIX. Bakunin afirmou que “a instrução deve ser igual em todos os graus para todos; por conseguinte, deve ser integral, quer dizer, deve preparar as crianças de ambos os sexos tanto para a vida intelectual como a vida do trabalho, visando a que todos possam chegar a ser pessoas completas.” O que ele vem afirmar é a necessidade de um ensino que deve ser teórico e prático e posteriormente, após a escolha pessoal do indivíduo, o ensino deverá ser dividido em questões de conhecimentos gerais e específicos. Este é o projeto de educação libertária de Mikhail Bakunin. Outros anarquistas também propuseram outros tipos de educação libertária (Francisco Ferrer y Guardia, Élisée Reclus), porém, todos confluíram em um ponto: a destruição do capitalismo. Resume-se aqui a educação libertária, proposta do anarquista russo. O que fica claro é a centralidade da ruptura com sistema capitalista. A liberdade só se concretizará com o fim do capitalismo e com a instauração de uma sociedade autogestionária. . João Gabriel da Fonseca Mateus: Graduando em Licenciatura em História pelo Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia de Goiás; Bolsista da CAPES/PIBID; Autor do livro Educação e Anarquismo: uma perspectiva libertária (Rizoma Editorial, 2012); Membro do corpo editorial da Revista Eletrônica Espaço Livre.

segunda-feira, 26 de março de 2012

segunda parte da crônica

O flautista sabe quem é... Dizem que o amor é cego, e que a loucura sempre o acompanha, uma perspectiva interessante, venha vamos destrinchá-la. Entendamos o amor como uma força incomensurável a qual está inata em todos nós, mas atenção, não falo sobre o amor segundo Petrarca, ou que Shaekspeare consagrou em Romeu e Julieta, infelizmente não há espaço para este tipo de amor hoje em dia, ele é corruptível, e se desgasta com o tempo, assim prefiro o que diz kundera em a insustentável leveza do ser, sobre o amor entre duas pessoas, “os amores são como os impérios, desaparecendo a idéia sobre a qual foram construídos morrem junto com ela”. Em resumo este tipo de amor sim pode ser acompanhado da loucura. Estou falando de um amor mais completo, e, por conseguinte mais complexo, é aquele amor que faz com que nos sintamos bem ao ver as realizações do próximo, talvez seja, eu disse talvez, este o amor que o grande pai celestial dotou a todos nós, a diferença é que alguns (muito poucos) se deixam contagiar por ele, enquanto que noutros ele nunca participará da periferia de seus sentimentos. Assim sendo o oposto do amor segundo a frase devia ser o ódio e não a loucura, portanto, “o amor é cego e o ódio sempre o acompanha”, sentimentos diametralmente opostos, mas que não podem viver um sem o outro, já dizia o poeta; “não existiria som, se não houvesse o silêncio, não haveria luz se não fosse à escuridão”, em resumo amor e ódio são como o bom e o mal, o yn-yang, é a dualidade que se unifica. Corrigida a frase, voltemos ao drama, cabe a loucura um papel especial nestas linhas iniciadas na edição passada, aí esta ela sempre a nosso lado, pronta a atacar, como uma hiena que se manifesta quando se sente maior que nós, sim, a loucura se sentiu feliz com a partida de alguém, pois, com sua ida coube a si o papel de protagonista, e íi está ela com seu novo visual de galante e seu sorriso enigmático. Coitadinha, mal sabia ela que não conseguiria cumprir com suas expectativas. Sua alegria triunfante inicial foi sendo substituída por um desespero constante, no mesmo ritmo que aumentava a sua obrigação empregatícia, ao final do primeiro dia viu que não suportaria tanto trabalho, e apesar de ser conhecida por sua fama de nunca dormir, sentiu-se pronta a entregar-se-á pelo menos uma soneca benfazeja. Já quase exaurida de forças resumiu seu dia com uma frase lacônica - mas que merda que vou fazer com esse bando de loucos? De fato era gente demais endoidecendo, a loucura não aguentava mais, antes quando a fujona estava aqui não era assim, as coisas tinham um equilíbrio e este era ultrapassado as vezes em favor da loucura, que comemorava em tiques de alegria, mas, agora era tudo diferente, o bando de loucos era a humanidade toda, um bando grande demais, a loucura logo percebeu que não iria dar conta de tanto serviço, se sentia estressada, (e quer uma coisa mais estressante que um bando de gente? Ainda mais se todos forem loucos ou vendedores de rede), trabalhava demais e neste ritmo acabaria por ficar louca, pensou neste assunto com extremada ironia, imagine só, eu que sempre levei meus talentos a todos me deixar contaminar por ele? Inaceitável, a loucura com toda sua ânsia por novos beneficiários de sua ideologia, sempre fora uma pessoa normal, e não poderia mais trabalhar caso não pudesse espalhar seu dom por estar acometida por problemas mentais, não podemos deixar isto acontecer. Então nossos digníssimos governantes resolveram enviá-la na comitiva de diplomatas que partiriam no encalço da famigerada fugitiva, agora procurada por todo o universo, viva ou... Bem, viva ou viva, não teria utilidade nenhuma morta. Assim nossa heroína partirá de mala e cuia, na novíssima nave da diplomacia (a esperança emprestou seu nome para a empreitada), os diplomatas pensando na honra individual de cada um, e a loucura em busca de sua parcela unificadora, não queria honras de estado , condecorações, tampouco a alcunha de heroína que teimamos em chama - lá, não estava interessada nessas trivialidades mundanas tão comuns entre os pobres filhos de adão, só queria que as coisas voltassem ao normal, além do mais ser utilizada assim tão exageradamente, queria muito um pouco de descanso - Tão achando o que hein ? Mexer com gente, antes mexer com vacas, são muito mais fáceis de lidar! ... Continua. tuliofmendanha@hotmail.com

Ao Soar das Teclas!

Ao soar da teclas Relicário do Esporte Inhumense Gostaria de inaugurar essa coluna tratando do esporte em nossa cidade o que pretendo fazer a partir da década de 80 ou, mais precisamente, o ano de 1982, que foi o ano em que cheguei a Inhumas, vindo de São Paulo, juntamente com a minha família. Parto deste ponto para chegar à atual conjuntura em que se encontra o esporte em nossa cidade. Quando aqui cheguei aos 11 anos de idade, podíamos escolher dentre várias modalidades esportivas as que desejássemos praticar, havia escolinha de natação, escolinhas de futebol, escolinhas de basquetebol, escolinhas de voleibol e ainda no período de férias havia uma colônia de férias da prefeitura municipal que não deixava os alunos ociosos no período. Pois bem, por que relembro isso? Eu explico. De lá para cá muito se avançou no sentido de se garantir às crianças e aos jovens um crescimento saudável protegendo-os de toda e qualquer ação que pudesse prejudicar seu pleno desenvolvimento físico e psicológico. Dentre eles podemos destacar a elaboração do Estatuto da criança e do adolescente, o Programa de erradicação do trabalho infantil, os programas sociais como Bolsa-escola e Bolsa-familia a fim de assegurar a permanência da criança na escola. Juntamente com o aparecimento desses programas também cresceram as situações de risco que afetam a vida de muitos jovens não só na nossa cidade, mas em todo o país como é conhecido de todos, uma vez que os meios de comunicação não param de noticiar esses fatos como a prostituição infantil, o trabalho infantil, as drogas, o ingresso cada vez mais cedo à marginalidade, dentre outros. Aqui em Inhumas o que o esporte tem oferecido aos nossos jovens? Ajudem-me se eu estiver errado, mas só conheço as escolinhas municipais cujas atividades se encerram quando a criança completa 15 anos, ou seja, no período em que o jovem mais precisa estar envolvido em uma atividade salutar como o esporte isso lhe é arrancado. Pesquisas comprovam que é nessa fase que acontecem os primeiros contatos com o cigarro, com as drogas licitas e ilícitas e com a criminalidade. É claro que temos que reconhecer o trabalho de várias instituições que se dedicam a oferecer aos jovens opções de estarem protegidos de todas essas mazelas e formarem cidadãos através de seus projetos como é o caso da FAMI. Mas essa não é a questão principal que pretendo tratar aqui, já que, essas questões sociais são de uma complexidade que fugiria ao tema esporte que pretendo tratar e nem pode ser o esporte o salvador da pátria e, sim um importante instrumento na luta contra tais mazelas e a favor da formação do cidadão como conhecedor do seu papel na sociedade. A experiência adquirida através de vários anos com esporte nos mostra que nossa cidade tem potencial pra fazer muito mais pelos nossos jovens, se tal ferramenta fosse mais bem aproveitada pelos nossos gestores e pela sociedade como um todo. Nossa cidade tem uma estrutura esportiva que poucas cidades do estado e, me arrisco a dizer, do país tem. São campos de ótima qualidade, quadras que precisam de mais atenção, ginásios que poderiam ser melhores aproveitados em projetos esportivos que contemplem outras modalidades esportivas e não apenas o futebol. Para se ter uma idéia de como aqui em Inhumas “se chove pra cima” todos os anos acontece em nossa cidade um dos maiores eventos esportivos do estado de Goiás, que é a Maratona Esportiva Inhumense e que, engloba diversas modalidades esportivas tendo como grande atração o Futsal com mais de 80 equipes inscritas todos os anos somente na categoria adulto. Agora me digam se não é, no mínimo intrigante, saber que não existe uma escolinha de futsal na cidade, como resultado temos uma competição onde os competidores mal conhecem as regras do jogo e o fazem como se estivessem atuando no campo o que prejudica a estética do jogo e o trabalho da arbitragem que precisa estar ensinando regras aos competidores, chega a ser pitoresco. Isso sem falar nas outras modalidades tem competição de voleibol, mas não temos escolinha de voleibol; tem competição de handebol, mas não temos escolinhas de handebol; tem competição de basquete, mas não temos escolinhas de basquete. As atenções se voltam apenas para o futebol e, como dito anteriormente, só até os 15 anos de idade após isso se o jovem tiver condições de continuar treinando fora de Inhumas bem, senão, será mais um talento perdido devido a concorrência desleal com outras atividades, repito, muitas vezes nada salutares. Pra falar de esporte em Inhumas não podemos deixar de lado a nossa maior marca esportiva que é o Inhumas Esporte Clube, a nossa querida “Pantera Avinhada” que está vagando pela terceira divisão do futebol goiano. A equipe “Bola de Ouro” da Rádio Jornal de Inhumas, mais uma vez, está fazendo a cobertura do campeonato goiano da primeira divisão e nas nossas andanças pelo interior de Goiás constatamos que é difícil encontrar uma cidade com o potencial da nossa. Temos um ótimo estádio, o melhor do interior goiano, levando-se em conta gramado, segurança, condições de trabalho para a imprensa e não temos um time. Vejo que a cidade de Inhumas desacostumou a ser representado na elite do futebol goiano e a política tem atrapalhado esse processo. Falta incentivo do poder público e do empresariado para a formação de uma equipe competitiva e que nos represente bem. É necessário que o empresariado entenda que uma equipe de futebol com um projeto sério, movimenta a cidade gerando divisas. É necessário que haja incentivo para que as categorias de base do Inhumas funcionem o ano inteiro para que a base esteja pronta para as competições a serem disputadas. Essa semana em conversa com o Presidente do Inhumas Alessandro Valim ele nos disse que um projeto para as categorias de base em parceria com a Ponte Preta de Campinas ( São Paulo) e o ex jogador Romeu( Goiás EC, Inhumas EC, Ponte Preta entre outros) que esta morando em Inhumas está em andamento, fica a nossa torcida para que o projeto saia do papel e que encontre os parceiros necessários para a implementação do mesmo. No mais reafirmo que uma cidade com tanto potencial para o esporte não pode viver apenas de escolinhas de futebol que fecham suas portas quando os jovens mais precisam nelas estarem inseridos. Um abraço e até a próxima conversa ao soar das teclas. Neilton Carlos é formado em Letras e cronista esportivo filiado a ACEEG(Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás) neilton4ever@hotmail.com

terça-feira, 20 de março de 2012

O manifesto conta com seu mais novo colaborador ! João Gabriel da Fonseca Mateus é graduando em Licenciatura em História pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Campus Goiânia. É autor do livro Educação e Anarquismo: uma perspectiva libertária; Rizoma Editorial, 2012. É membro da comissão editorial da Revista Eletrônica Espaço Livre. E-mail: joaogabriel_fonseca@hotmail.com
No Estado ou contra o Estado? A greve da educação na rede estadual de Goiás João Gabriel da Fonseca Mateus As greves e protestos em relação à educação pública brasileira mostram o descaso do Estado frente à educação pública. Naturalmente, quando a opressão se estabelece a sua negação - a luta - se instala. Indivíduos e instituições se entrelaçam em um complexo sistema de luta em todo esse processo. Protestos, carreatas, caminhadas e manifestações emergem espontaneamente. Para que isso aconteça, um estopim se dá. Qual seria ele, além do sucateamento das escolas? Más condições de trabalho de servidores e professores, falta de recursos à educação, corrupção, destrato a professores? O estado de Goiás está nesse emaranhado de questões que provocam o descontentamento generalizado da população. O exemplo desses fatos, tanto nos governos municipais como no governo estadual, está no descompromisso e nos desvios de recursos destinados à educação. Diante desse quadro, os trabalhadores da educação em Goiás foram forçados a mais uma greve contra a precarização do trabalho e pela manutenção de conquistas trabalhistas advindas de lutas anteriores que reivindicavam por melhores condições de trabalho, mas, logo foi declarada como ilegal pelo Judiciário do Estado de Goiás. Simplesmente, presidida por Thiago Peixoto, a SEE apresenta, de forma distorcida e com manobras enganadoras, um “Pacto da Educação em Goiás” e afirma o aumento salarial, quando afirmam estar pagando assim, o “piso”. O tão mentiroso piso. O governo de Goiás declarou que estava cumprindo o piso fazendo a incorporação de verbas das gratificações e substituindo-as. Essa incorporação da gratificação ao piso aponta para o seu significado: a destruição do Plano de Carreira. Pronto. A partir deste momento, o governo se recusa a dialogar com os trabalhadores. Os projetos que destruíram a carreira do professor e desrespeitaram a do administrativo foram elaborados e aprovados sem sequer serem apresentados aos educadores. Os motivos reais da greve, portanto, estão postos. Seriam estes apenas questões particulares a qualquer trabalhador que é submetido à exploração? Para respondermos a tais indagações, precisamos apresentar outro fator de real interesse desse texto, tratando-se da questão da organização. Outra questão é que o SINTEGO (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás) está no “comando” da greve. Afirmo primeiramente que a greve é de fato dos professores e deve ser até seu fim e não ficar na mão de um sindicato que busca a todo o tempo lançar mão da combatividade e entrar no campo do reformismo, utilizando-se da lei para dirigir o movimento dos professores. Podemos exemplificar tal afirmativa quando Déborah Gouthier lançou a seguinte manchete no jornal Opção em meados de fevereiro: “Ministério Público vai atuar como mediador entre SINTEGO e governo estadual”. Tal manchete só corrobora com nossa acusação frente ao sindicato que está tentando manter uma relação de harmonia com ambos os lados para por fim à greve sem nenhuma vitória do professorado. Diante desta situação que o SINTEGO se comprometeu a encaminhar uma proposta de suspensão da paralisação, desde que o governador tucano Marconi Perillo se reunisse com a direção do sindicato mediado pelo Ministério Público. O encontro aconteceu e a paralisação foi definida pela maioria absoluta dos manifestantes, porque o governo estadual, além de achatar a carreira dos professores, retirou a gratificação de titularidade piorando ainda mais a situação dos trabalhadores da educação. A reflexão dessa greve nos remete a pensar também o trabalho docente e a carreira do aluno. O pensamento das autoridades políticas do Estado de Goiás está em implementar projetos e políticas burguesas (modificação da proposta pedagógica, nova matriz curricular, gratificações para segurar o professor no “fardo” da educação), para assegurar aos partidos políticos seus interesses particulares, menos com a educação – enquanto ensino. De toda maneira, tudo isso só comprovam mais uma vez a ineficácia do Estado frente aos anseios da sociedade. Quanto à proposta de greve, os professores estão apenas exigindo o cumprimento da lei federal (piso salarial nacional) e reivindicando que não se corte o plano de carreira. Coisas supérfluas? De maneira alguma. Estas reivindicações não colocam o capital em xeque, mas, representa uma diminuição no lucro do estado, já que terá que pagar um pouco mais do que paga atualmente aos professores, e do ponto de vista dos dirigentes do estado, pagar mais para os trabalhadores, representa menos lucro para o seu bolso. Essas estratégias do estado que torna a vida dos trabalhadores cada vez mais precária, gera movimentos espontâneos dos trabalhadores que buscam questionar de forma direta, através da greve, os insultos realizados pelo Estado. Recentemente, por exemplo, tivemos uma experiência que extrapolou os limites do sindicato dos profissionais da Educação. No ano de 2010, a greve dos trabalhadores da educação acontece. Afirma-se perspectivas de contra-burocratização (indo contra o SINTEGO), defesa do voto nulo, afirmação de que políticos estariam no movimento (ex. Mauro Rubem – PT - que está nesta greve subindo nos palanques a falando aos professores). Os passos foram sendo dados em direção à radicalização da luta como possibilidade concreta de autonomização dos trabalhadores, que romperam com a burocracia sindical e criaram o comando de greve, que esteve totalmente autonomizado do sindicato, e criou, em todo período de greve, estratégias para evitar que o sindicato gerisse a luta dos professores. Mas, a partir do momento que a luta dos trabalhadores da educação avançou, a Guarda Municipal iniciou o processo de opressão brutal, realizando, prisões e agressões a manifestantes. Neste momento, qual era o motivo pelo qual o comando de greve lutava? O motivo era a opressão sofrida, o descontentamento provocado pelo Estado, e assim, demonstraram que queriam ir além. Criticar. Apresentar que o estado é inimigo do povo. Contudo, o tempo passa e as decisões após a greve de 2010 favorecem a burocratização da luta dos professores. Os oportunistas infiltrados no movimento propuseram a criação de sindicato. Há alguns que são ingênuos, contudo, esses são mais próximos dos trabalhadores, enquanto a maioria que busca a sindicalização, são integrantes de organizações burocráticas, que desejam cargos privilegiados no estado, por isso, atuam infiltrados nos movimentos dos trabalhadores, para conseguirem alcançar o poder. Essa possibilidade, que está na ideologia da representatividade e do judiciário, vem sendo discutida e começam a divulgar a ideia de se criar um "novo" sindicato. Mas, quais serão seus reais interesses? Seus reais interesses é o de frear as lutas e os embates dos professores frente ao Estado. Destaco isso pois as possibilidades históricas de lutas radicalizadas independentes de organizações burocráticas (partidos, ONGs, sindicatos, etc), estão dadas. Para mim, o professor que assume suas lutas de verdade nega qualquer organização que divide a classe entre dirigentes e dirigidos. Esse sindicalismo do SINTEGO é aquele sindicalismo cheio de práticas ultrapassadas que até hoje estão de pé em benefício de terceiros (por exemplo, lançar candidatos durante o período grevista). O que a greve demonstrou é a necessidade de uma tomada de consciência por parte da categoria como um todo já que criar um sindicato nada mais faz, do que reproduzir as mesmas práticas de burocratização, delegação do controle da luta a outros, o que, por fim, não contribui com o objetivo dos professores. A experiência da greve da rede municipal de Goiânia está sendo jogada fora pela intenção de criar um sindicato, que substituirá “seis por meia dúzia”, ou seja, o SINTEGO por outro. A abolição da repressão é obra única e exclusiva de quem a sente. Portanto, o resgate ao lema da Associação Internacional dos Trabalhadores que afirma “A emancipação do trabalhador é obra do próprio trabalhador” se torna necessário para romper de forma direta com o capital e instaurar a autogestão das lutas sociais. A conclusão que podemos tirar a respeito de todos estes protestos existentes atualmente, é que as classes exploradas estão superando as limitações que a burguesia impôs à sua consciência, porém, há muito a se fazer. Tudo isso me autoriza a parafrasear Winston Smith, personagem do filme “1984”, originário da célebre obra de mesmo nome de George Orwell: “A mentira torna-se verdade e depois mentira outra vez”, deixando claro que as informações são manipuladas de acordo com o interesse do Estado, mesmo que essa subversão signifique mentir e desmentir. E é desta forma que tanto o SINTEGO quanto os indivíduos que afirmam a necessidade de uma direção para luta estão apresentando mentiras aos trabalhadores. O SINTEGO teme perder o controle sobre os professores, como aconteceu em 2010 na greve do município de Goiânia e Aparecida. Os partidos políticos, quando não estão no poder, sempre tentam fazer da greve um palanque para lançar seus candidatos; quando estão no poder (PC do B, PT, PSDB, por exemplo) são uma força que visam controlar e submeter os trabalhadores em greve. Em 2010, na greve acima citada, os trabalhadores da educação da prefeitura de Goiânia tiveram sua greve terminada pela direção do SINTEGO com manobras para acabar de forma definitiva com a mobilização grevista. Está clara a criação de uma “Novilíngua” (expressão utilizada por Orwell no livro que tem o intuito de reduzir o vocabulário ao extremo para diminuir a capacidade de pensamento, tornando as pessoas vulneráveis ao Partido que busca impedir a expressão de qualquer opinião contrária ao regime). Novilíngua é a expressão aqui na atual greve de uma dominação das massas por um regime capitalista. Esse poder expresso adultera a mente dos indivíduos e se torna então nessa imutabilidade. A mente é treinada para conceber e aceitar uma realidade que de fato não existe. A Novilíngua reproduz o seu “duplipensar”, no momento em que aceita duas perspectivas totalmente contraditórias: ser trabalhador e defender o Estado. Mesmo assim as aceita. Com o Estado representado de forma onipotente o capitalismo então se torna infalível.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sabedoria mineira Indignação é uma queixa Inspiração uma deixa Da queixa vem o queijo Que aqui deixo. Leonardo Daniel Poema publicado no meu livro "Quando o Sol Venceu" Editora Baraúna O MANIFESTO ASAS DO INFINITO O INTERIOR Quando se pensa no interior, as pessoas imaginam algo a respeito de cidades menores, de cidades pequenas, e desta forma, dominadaspor um orgulho talvez até mítico,de difícil compreensão... Sentimento esse meio gregário e meio acintosoligado ao viver urbano em grandes metrópoles;inflam o orgulho com o menosprezo aos que vivem “na roça”. Paradoxo: pois há também o auto menosprezo dos que vivem no campo em relação a si mesmos. Sem querer me valer de expedientes sociológicos dos quais não disponho, penso que hoje “ir para roça” é o mesmo do que “ir para o paredão”, mas essa comparação televisiva não resiste ao olhar mais clínico deste contexto social. Análogo a tudo isso, temos ainda a expressão “programa de índio”, para dizer que o programa, geralmente um passeio, é de fato muito ruim, estranho! Já que, a pescaria tão apreciada por muitos, o que é então? Posso, portanto, concluir o quão preconceituosos somos nós em relação ao outro, quando esse outro mora no interior, ou no campo. Nos esquecendo completamente de fundamentos sociais de demografia, pois diga-se de passagem é esse outro quem produz o nosso alimento, dependemos do camponês. E não pense que a mecanização e monocultura é a solução do problema, porque não é. Lembram-se do Arcadismo na Literatura? Lembram-se de Rousseau na Filosofia? Enfim, por que será que todos urbanos das grandes cidades voam para o mar e para o interior nos feriados e fins de semana? O Arcadismo queria o homem de volta a Arcádia que era um monte sagrado da Grécia Antiga. Rousseau elogiava a vida no campo. A vida simples do campo. Bem, dito tudo isso, é hora de tentar dizer a verdade. Assim, o interior do coração do ser humano é a realeza da sua alma. Sendo o homem real algo que nasce dentro da consciência que se desperta para a vida de quem éalém de estar o que de fato sempre foi. Afinal não é possível ou salutar que o homem viva fora de si mesmo, por isso somos condenados a sermos livres, e somos condenados a sermos livres aqui e agora, já! E dentro da gente! Para sempre e sempre... De tal modo, o homem deve saber que o reflexo de seus olhos não são vistos só pelas águas do Rio Araguaia, mas sim pela multidão ao seu redor. Isso quer dizer que óculos escuros não escondem tudo. O melhor é ver se realmente há em você o tigre da verdade. Como aprendi esse tigre mora dentro da gente no nosso “in-terno”... Dentro de nós a tríade perfeita, o terno da Trindade Santa. Se não alimentamos nosso tigre com gestos de autêntica coragem esse tigre simplesmente devora o amor, e ele não faz isso por que quer, ele faz isso porque não há opção. Quando o tigre devora o amor. Só um milagre o fará vomitar o menino de luz. E enquanto isso não acontece a consciência sofre pela falta de luz. E porque agora há um menino pedindo esmola, onde antes havia um reino de paz. Façamos uma volta ao tema inicial: o mundo externo a nós, as cidades pequenas, o interior para as capitais e grandes centros. É um reflexo do que somos. Deste modo, é tão interessante perceber que no carnaval, haja esse intercâmbio entre capital e interior, ‘sonhos de uma noite de verão’são perigososa meu ver meu senhor. A mesma luz do holofote que ilumina a libido... Deixa o vírus ainda mais invisível. Já pensaram nisso? Senhoras e Senhores. Ah, e antes que eu me esqueça, eu adoro por mil motivos e sem motivos, morar em INHUMAS...Que tal falarmos disso na próxima edição? Inhumas, 02 de março de 2011 Leonardo Daniel leodanielrb@yahoo.com.br Membro da Alcai,poeta e professor

terça-feira, 13 de março de 2012


Da arte ainda resta o espírito.

Há tempos que venho observando-o, das muitas vezes sem muito interesse ou curiosidade pelo cidadão, não sei se devido a descrença no que me diziam ao seu respeito,quando confrontando as informações fornecidas, com aquele estilo estranho de se vestir, agregado de uma barba considerável não deixada propositalmente ou de certo modo não feita, e talvez ele nem se lembrasse de que ali ela existia, um dia uma camiseta  social, no outro dia uma xadrez, em outras ocasiões a mesma camisa social, em outras mais especiais, a outra mesma camisa xadrez. Seria isso bem cômico para mim se hoje eu não usasse camisetas xadrez e a barba a sem fazer ( mas tenho umas três camisetas xadrez, e são lavadas freqüentemente). Certa vez despertou- me sim uma pequena curiosidade, quando numa roda dessas de bar onde só se fala em futebol, jogos de cartas, Chico desse mais uma. Tipo esses da Vila Operária nas proximidades da '' Vila Guerra'', este mesmo cidadão começa a lançar de frases e pensamentos, meio sem nexo, mas que um Acadêmico em História, Filosofia, Geografia, Sociologia... Ou algum alternativo ai de Pirinóplolis ou Cidade de Goiás (Goiás Velho para os íntimos) poderia sim perceber algum fundamento no que era dito, sem mencionar os adeptos de Raul Seixas, Pink Floyd, Os Mutantes e por ai vai. Verdadeira ''filosofia de boteco''. Bom ai partindo de uma óptica diferente, pode se perceber ali, o quem em primeiro momento só se mostra uma questão simples de''loucura'', tipo a que Desidério se refere (O elogio da loucura. Erasmo de Rotterdam) percebe-se ali uma notável intelectualidade, dessas de maluco mesmo, inteligência e loucura se mesclando, como li em escritos de meu amigo Túlio Fernando: ''uma dualidade que se unifica''. “Òtima definição principalmente para quem acredita que,” inteligência e loucura são parceiros daqueles inseparáveis. Devido á essas observações, um maior interesse e algumas perguntam a mais sobre aquele mesmo cidadão, eis que me dizem que aquele nada mais nada menos que o Senhor José Geraldo de Paiva, para o meio artístico simplesmente Di Paiva. Sim senhoras e senhores o Di Paiva, eis o artista plástico, o escritor, o louco, o intelectual, conhecido de todos não somente em inhumas, mas em vários outros lugares, por seus trabalhos...
Suas criações. Há quem só o conheça pelo simples fato de morar há um bom tempo nessa já aqui mencionada tal de Vila Operária, sim muitos o conhece só por esses dados que não o fazem juz, seus vizinhos, estudantes, donos de butequins, doutores, professores e comunicadores. Toda essas vertentes de nossa digníssima sociedade, em uma noção aproximada de quem seria esse ''pacato cidadão'', ouve -se frases como: Sim conheço ele ''vei'', ele pintava quadros. Sim Sim, alguém quase acertou quem ele é. Se não fosse a falta de reconhecimento por seus trabalhos, pintava o que? Onde pintava? Quais pinturas de maior relevância? Prêmios?Sem essas perguntas não se pode ter a noção que seu vizinho ou que o cliente de poucas dozes do barzinho já foi e é um grande artista plástico de nossa cidade, um talento nato que já teve e seus momentos de reconhecimento no mundo das artes plásticas e na Academia de Letras( ALCAI). Este é um dos muitos casos em que convivemos com um artista sem ter a exata noção do que ele foi e é, tendo em vista que para mim o artista independentemente de seu momento  é  e  vai ser sempre artista, este dom foi legado a ele pelo criador, o dom da criação o artista não morre, ''ele não abandona a arte e isto se torna recíproco''.
     Em se tratando de não conhecer tal talento, me pergunto a que se deve tal injustiça da minha parte? Duas teorias instantâneas. Uma que: no meu caso, talvez o fato de não tiver despertado anteriormente certo interesse sobre a vida e a obra de DI Paiva, pode ser pelo fato que o auge de sua carreira se deu em meados da década de 80 onde eu ainda despontava para a vida (1985). Outro ponto que alego é por, não ter tido informações suficientes sobre tal ser. Este ultima linha de pensamento é o que de certa forma mais me convém abordar, o fato que a cidade diante de suas possibilidades não deu o devido valor a seu filho talentoso não somente este, mas também a vários outros que ai estão. Seria total pertinência e ignorância de minha parte dizer que não houve reconhecimento algum, sim claro que sim, diversos jornais registraram grande número de cerimônias e entrega de prêmios dos quais Di Paiva e outros mais receberam. Mas ainda sim me pergunto. Seria o bastante para reconhecer e valorizar tantos talentos inhumenses, em se tratando de uma cidade quase desprovida de cultura, ou se tem a vejo como uma cultura ''elitizada''. Não posso deixar de citar também uma provável falta de comunicação, e pode ser que até mesmo falta de interesse do próprio artista, que não cabe a mim dizer por falta de comprovação, como já disse pelo fato de serem inteligentes também são loucos mesmo, más que não é novidade para quem no mínimo se interessa por cultura, pela arte, pelo que foi criado que em nossa cidade pelo que vejo as oportunidades são para poucos, muitos produzem, poucos publicam, poucos são convidados a participarem, convites estrategicamente elaborados e endereçados a certo grupo, nomeações, homenagens, títulos de cidadão inhumense que sinceramente não sei qual o critério usado para tais nomeações. Critério de hereditariedade? Ou localização geográfica? Política talvez (pelo menos aqui para “Vila Guerra" não veio nenhum) enquanto outros ficam ao esquecimento, guardando apenas recortes de jornais do século passado, das quais o tempo deixou sua marca e digitais amareladas, onde os escritos só se permitiu estar ainda legível em sinal de respeito que o próprio senhor tempo demonstra.
Não cabe a mim julgar tais questões, sendo que este ser aqui, que de cultura e arte pouco entende, que apenas está começando a admirar tais valores. O que me espanta é que eu com tantas limitações ao tema já tenha percebido tantas carências em nosso município, enquanto quem tem o entendimento e nomeações que se diz ter não dão a mínima para o fato. Só venho expor tal situação em nome de todos os ''esquecidos e excluídos'', está é uma simples observação em honra a quem fez pela cidade desprovida de cultura.
Quantos tempos mais irão tentar ressuscitar o já decomposto Gremy, não que este não tenha tido seu valor e importância, mas para mim isso é passado, vamos inovar criar e experimentar novos caminhos vamos dar oportunidades para outros, não vamos economizar em papeis para convites de eventos culturais, a cultura não está somente no centro da cidade, e sim também nas suas extremidades. Viva a diversidade, viva os novos e velhos talentos, viva Adolfim da Viola, viva a música sertaneja de raiz do Bar do Irís, os sambões, o que mais tiver cultura, viva Nonato, ou até mesmo o benzedor contador de histórias aqui da ''Vila guerra'', viva tudo e todos, e abaixo a ''elitização e monopolização'' da cultura inhumense.
O jornal O MANIFESTO parabeniza a todos os artistas inhumenses ''incluídos e excluídos''. Eis que o grande Di Paiva em seu momento mais ''underground'' veio nos despertar para tais questões. E para maiores informações este continuum a produzir nunca parou e acredita que nem irá como já disse anteriormente: ''o artista nunca abandona a arte e isto se torna recíproco''. Em busca de palavras que pudesse descrever Di Paiva, encontrei a escritos de Raimundo Nonatto também um grande talento de nossa cidade (este que também iremos abordar em edições seguintes) que disse ao Jornal O Goianão de Abril de 1996 a seguinte descrição sobre o talento de Di Paiva: '' Pintor de forte personalidade, louco manso e sensível, observador da natureza que o cerca, tirando do seu meio ambiente o objeto de sua sedução". VIDA COMO A ARTE E VICE E VERSA.
Esta é nossa humilde e respeitosa homenagem á DI PAIVA todos os artistas que levaram o nome de nossa cidade em suas carreiras.

Por.
Daniel Lucas
Diretor/Idealizador do jornal O MANIFESTO
Historiador Acadêmico pela Universidade Estadual de Goiás
llukasramone@hotmail.com

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os Conselhos de Acompanhamento e Controle Social (Cacs)




Os Conselhos de Acompanhamento e Controle Social (Cacs)



Levantando a bandeira da redemocratização, movimentos sociais começaram a surgir e a reivindicar direitos cívicos básicos, principalmente ao fim da década de 1970 e início dos anos de 1980. O que se pôde ver foram movimentos como o “Diretas Já”, que lutaram pelo fim da ditadura militar, pelas eleições diretas, dentre outros objetivos, o que resultou em 1988 na promulgação da nova Constituição Federal (CF), conhecida como Constituição Cidadã.
A partir da segunda metade da década de 1980, um processo conhecido como descentralização/desconcentração das políticas sociais redirecionou à esfera municipal decisões acerca de investimentos em bens públicos, o que antes era de responsabilidade da União e do Estado. Alguns defendem que a ofensiva neoliberal do início da década de 1990 intensificou o distanciamento do Estado em relação aos direitos sociais, como no caso da educação, privatizando algumas instâncias de ensino e descentralizando a manutenção de investimentos. Na esfera das unidades federativas, esse processo também conhecido como “municipalização” contribuiu para a criação de medidas que visassem maior participação da sociedade na manutenção, monitoramento e fiscalização de investimentos governamentais. Alguns estudiosos apontam que isso pode ser mais uma estratégia neoliberal visando a transferência de obrigações e responsabilidades para o setor privado, num processo de privatização, comum na década de 1990. Porém, a CF de 1988, que em seu art. 212 consolida essa descentralização, foi criada ante à combinação entre a descentralização e a redemocratização do país, o que sugere um alento às críticas desse processo. O caso do Brasil não foi o mesmo de vários países da América Latina.
Nesse sentido, de acordo com Daniel Silva Balaban, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE, 2006), políticas de perspectiva democrática mais participativas com maior envolvimento das comunidades na gestão pública começaram a ser adotadas a partir daí. Assim, conforme o autor, “para que a sociedade exercesse as funções de fiscalização, monitoramento, acompanhamento e avaliação de resultados das ações executadas pelos entes da federação, foi necessária a institucionalização de órgãos colegiados deliberativos, representativos da sociedade, de caráter permanente. Surgiram, então, os conselhos configurados como espaços públicos de articulação entre governo e sociedade”. Nesse contexto, propagou-se também o discurso do controle social, sobretudo na área da educação.
Esses conselhos, hoje conhecidos como Conselhos de Acompanhamento e Controle Social (Cacs), foram criados para aumentar a participação da sociedade nas decisões da máquina estatal, bem como no monitoramento e fiscalização dos recursos destinados às esferas de atuação (Estados, Municípios e Distrito Federal).
No âmbito educacional foram criados, como um dos mecanismos de participação social do Fundo de Manutenção e desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), os Cacs direcionados ao monitoramento dos recursos destinados à educação. Esse fundo redistribui os recursos a partir da quantidade de alunos matriculados em cada rede, sendo este o principal critério para a regulamentação do fundo conforme o Censo Escolar do ano anterior. Conforme a lei nº 9.424/96, pela qual o Fundef é amparado, os conselhos devem ser compostos por representantes do Poder Legislativo e Executivo, por Professores e Diretores de escolas do ensino básico, e por entidades de classe, como Sindicatos, associações de pais e mestres, dentre outros, e também por servidores de escolas públicas, representantes do conselho tutelar e/ou do conselho municipal de educação (CME), caso haja.
Tais conselhos têm como atribuições o acompanhamento e controle dos recursos do Fundef destinados à alimentação escolar com auxílio do Programa Nacional de Alimentação escolar (Pnae), conhecido como Merenda Escolar; recursos destinados ao transporte do escolar, com o Programa Nacional de Transporte do Escolar (PNTE); recursos destinados ao Bolsa Família, dentre outros programas de esfera federal aderidos pelo município. Cabe a eles, portanto, acompanhar a aplicação dos recursos públicos e, se for necessário, denunciar irregularidades na utilização desses recursos, encaminhando ao Departamento de Desenvolvimento de Políticas de Financiamento da Educação Básica da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (Defineb/SEB/MEC) por meio de cartas, ofícios, fax, telefone, e-mail ou pela Central de Atendimento ao Cidadão Fala Brasil elementos contidos em documentos que apontem desvios indevidos, isso seguido de formalização de pedido de providências ao governante responsável. Podem ainda recorrer ao Ministério Público (MP), ao Tribunal de Contas (TC) e aos vereadores do município para que providenciem as soluções cabíveis ao problema.
Atualmente, a partir de 2006, o órgão que cuida desses conselhos é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que veio substituir o Fundef, como meio direcionador dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Com o número cada vez maior de denúncias sobre a atuação dos conselhos do Fundef, esse novo órgão foi criado para tentar corrigir as lacunas encontradas no programa anterior. Como o Poder Executivo pode interferir de maneira direta na decisão de escolha dos membros integrantes do conselho, muitas vulnerabilidades e deficiências foram encontradas. Há situações em que os membros do conselho são pessoas próximas, “braços direito” do governo. Nesse sentido, a criação desses conselhos em alguns lugares serviu como mais uma das manobras políticas de governantes mal intencionados. Com efeito, a participação nos Cacs “não é remunerada”, medida tomada a fim de que houvesse participação de membros com perspectiva de serviço social.

O Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb em Inhumas-GO

Na cidade de Inhumas há um Conselho do Fundeb, integrado por 32 pessoas, entre titulares e suplentes, que está em estado regular, de acordo com o FNDE, cumprindo, ao que tudo indica, com as “obrigações” a ele delegadas. Tem como atual Presidente Cláudia de Souza Abdalla, professora de escola pública. O mandato dos conselheiros vai até 2013, indo do dia 18/03/2011 a 18/03/2013, assegurado pelo Decreto nº 040 de 18/03/2011. Não foram encontradas fontes suficientes que apontassem a quanto tempo o Conselho atua no município. É esperado que atuasse desde 2000, onde dados do MEC demonstram que 97% dos Cacs estavam em funcionamento no Brasil. Mesmo que conste regularidade perante os órgãos de manutenção dos fundos, não se pode saber se o Conselho está em bom funcionamento, isto é, cumprindo religiosamente suas funções.
É imprescindível, para o bom andamento do controle feito pelos conselhos, que haja reuniões periódicas de seus membros, a fim de manter a eficácia da atuação do órgão. Em pesquisa encomendada pelo MEC à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipes), constatou-se que nos primeiros períodos de atuação dos conselhos, na região Nordeste, 21,2% não se reuniram uma única vez durante um ano inteiro. No site do FNDE, em relação à cidade de Inhumas-GO, verifica-se no espaço referente ao número de frequência de reuniões a inscrição “outros”. Essa informação impossibilita sabermos qual a periodicidade de reuniões referente ao Conselho.
Um problema encontrado no Estado da Paraíba é a falta de periodicidade das reuniões e a falta de interesse do Poder Executivo em tornar transparentes as prestações de contas do Fundeb (Souza Júnior, 2006). A transparência em relação aos documentos referentes às contas do município é fator preponderante na boa atuação dos Conselhos, através de Jornais, Periódicos, Revistas e demais meios de comunicação. O que se observa em Inhumas é a falta de informação em relação a isso. Em inúmeras conversas informais com indivíduos da cidade, não há ninguém que saiba desse tipo de órgão controlador e fiscalizador. E você, cidadão inhumense, já ouviu falar desse tipo de conselho? Se já, onde?
Outra questão é a referente à capacitação dos membros do conselho. Sem a capacitação necessária, várias dificuldades são encontradas no funcionamento dos Cacs: dubiedade das funções do conselho, desqualificação dos integrantes em analisar documentos tão complexos de perfil contábil, não cooperação do Poder Executivo e principalmente a facilidade de corrompimento dos membros.
Os Cacs relacionados à Merenda Escolar, fiscalizadores do Pnae, conhecidos como CAEs, encontram inúmeras barreiras para sua perfeita atuação. Além de fiscalizar, gerenciar e monitorar os investimentos provenientes do FNDE por meio do Pnae para a alimentação do escolar, ainda interferem diretamente no cardápio das escolas, separando a partir do valor nutricional, os alimentos que serão distribuídos, dando ênfase aos produtos in natura, apoiando o pequeno produtor de agricultura familiar e incentivando o consumo daquilo que é produzido na cultura local. No entanto, é mister que tenham um preparo através de um nutricionista profissional, que os oriente em suas atribuições. De acordo com o site da Câmara Municipal de Inhumas, encontra-se ainda em discussão a criação desse órgão deliberativo, tão importante na manutenção e fiscalização da Merenda Escolar. Só para constar, a Câmara dos vereadores volta a funcionar nesse mês de fevereiro, após período de férias.
Em Inhumas, mesmo que exista esse tipo de Conselho fiscalizador, ainda são muito vagas as informações relacionadas a ele. Porém, perguntas surgem: Onde se reúne o Conselho? Com qual periodicidade? Seus membros são realmente capacitados? Há um Conselho para alimentação e/ou transporte do escolar, pautados também em lei? Se não há, quem gerencia esses fundos? Nós, moradores da Cidade de Inhumas, podemos realmente confiar nesses órgãos? Estão aí perguntas difíceis de responder.

Michel Marques de Lima
Inhumas 2012        

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Arte Pela Arte





A Arte Pela Arte

           Já fui muitas vezes criticado e classificando como radicai, metido a besta e chato, sendo isso concernente ao meu ferrenho ponto de vista e às críticas que faço a alguns tipos de música que temos ouvido por aí e que inegavelmente tem feito imenso sucesso. Sucesso não significa talento, penso eu.
Mesmo que efêmeros alguns fenômenos tem levado multidões aos shows e feito a alegria dos que não entendem ou não querem entender o que é discernir a arte a ser consumida de forma prazerosa da pseudo-arte totalmente descartável e banal.
Quero dizer que respeito, até certo ponto, tudo isso. Contudo, é um direito meu fazer comentários para com aquilo que não gosto e até classificar certas manifestações. Afinal, vivemos num país democrata terceiro-mundista onde todo mundo mete a mão e têm os mesmos direitos de se expressarem livremente. Desde que tenham argumento o suficiente para fazê-lo. Isso de ficar defendendo alguma coisa só porque gosta não justifica. Nunca fui o sabe-tudo de música, mas leio bastante e procuro beber do assunto em fontes seguras desde que me entendo por consumidor de cultura e arte.                  
Comparo o ato de consumir música enquanto arte, fonte de conhecimento, entretenimento e cultura com o sujeito que vai ao botequim consumir pinga e o outro que procura por bons vinhos. O primeiro verte o liquido goela abaixo buscando a zonzeira característica da aguardente ou um porre homérico. Paga o drinque e vai embora ou fica por ali, não se preocupando com as companhias, o ambiente. O segundo, às vezes mais exigente, saboreia o produto em um local tranqüilo e agradável, em boa companhia (ou mesmo sozinho), ouvindo ou vendo o que lhe traz prazer. Nesse caso, ele pode até gostar de algumas bobagens, porém, quanto ao prazer do deguste de sua bebida, nisso ele é exigente e não abre mão de momentos de prazer. O que quero comparar aqui não é a diferença entre a pinga e o vinho fino. Cada um tem seu valor para cada tipo de consumidor. No entanto, o apreciador do bom vinho jamais irá tragá-lo de uma golada só. Seria tolice, pois, vinhos devem ser degustados e apreciados como um todo. Até a boa cachaça (pois, igual a tudo nessa vida, existem o bom, o ruim e o mais ou menos) deveria apreciada de forma parecida com a dos bons vinhos. Infelizmente há pessoas que não ligam pra isso e só pensam em encher a cara. Simplesmente não se importam com qualidade e há também os fatores cultura e poder aquisitivo que pesam muito nessas horas. Mas não há dinheiro que pague o conhecimento, cultura.
Voltando ao tema central que é a música enquanto arte, digo que artistas do calibre de um Chico Buarque ou o um Pink Floyd, apesar de ligados ao mundo dos negócios fonográficos que muito capitalista não, produzem suas OBRAS aleatoriamente, para serem simplesmente ouvidas durante um tempo e depois esquecidas (lembrando que o dinheiro de quem comprou, baixou da internet ou pirateou é dele e ele, por direito faz o que quiser do material adquirido). É direito de cada um agir como melhor lhe convém. Só que arte não se descarta se aprecia ao longo da vida com a certeza de que esta sempre lhe trará algum novo prazer. Ouçam Carinhoso do Pixinguinha e João de Barro na versão do saudoso trompetista Márcio Montarroios. Que tal Apesar de Você com Chico Buarque de Holanda? Experimentem The Number of The Beast do grupo de heavy metal Inglês Iron Maiden. Travessia do Araguaia com Tião Carreiro e Pardinho é luxo só. Tocata e Fuga em Ré menor de Bach..., sem comentário. Tem aquela antiga do Erasmo Carlos, A Carta e que foi reagravada há alguns anos atrás por ele mesmo e o grande Renato Russo.  Clássicos! Atenção. Há figuras que regravam certos clássicos tornando-os tão populares e comerciais que enche o saco do tanto que são executadas. Mas por trás disso existe o famoso JABÁ e as jogadas de marketing. Reafirmo que fazer sucesso não significa especificamente ser talentoso.
A música como manifestação de arte quase sempre é produzida sem pretensão de soar comercial. Porém, há casos em que a arte cai no gosto popular e quase todo mundo, em um momento de glória, descobre o prazer que é o de pertencer ao seleto grupo dos que sabem apreciar o que é muito bom. Como exemplo disso, posso tranqüilamente citar o álbum Thriller (mais de cinqüenta milhões de cópias vendidas no mundo) do rei do pop Michael Jackson (R.I.P.). Há quem não goste dele. Fazer o que? O Tiririca da famosa Florentina hoje é deputado! É a cara do povo brasileiro.
Talvez seja por isso que alguns por aí me julguem um chato, um radical. Sou sim, mas, dentro de minhas possibilidades, vou atrás do que é bom sem ser piegas nem cair muito no senso comum. Se me acham radical, experimentem o Maestro Júlio Medáglia e aí, talvez, possam vir a entender o que é ser seletivo e exigente.
Existe muita música boa para se ouvir. Se vivesse até os 80 só ouvindo o que já foi produzido em matéria de blues, por exemplo, não conseguiria ouvir tudo. Por que ficar ouvindo a mesma coisa o tempo todo? A vida é curta.
            Viva a globalização, o consumismo, a diversidade, a mesmice. Mas viva também a boa música! Viva Luiz Gonzaga.
Michel, té logo!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

contra cultura


Hippies : Cultura ou contracultura?

            Uma ideologia que nasce em uma classe de jovens ricos na década de 1960, e que após 50 anos é referida como uma perspectiva saturada e desfocada, sem um sentido real de manifestação, por um grupo de pessoas que não mais se preocupa em pleitear-se como anti-sistema, mas sim sobrevive de suas “migalhas” como muito outros grupos que se distanciam ou se excluem por não se inserirem propriamente em uma demanda de mercado.
            A cultura hippie nasce em um contexto social de um espírito jovem ainda do pós-guerra, com influências do “beatnik”, são jovens que se juntam com manifestações de “paz e amor” (como fica conhecido como o slogan dessa cultura), com as proposições de "faça amor e não faça guerra”, em campanhas contra o armamento nuclear, na tentativa de “renaturalizar”, o homem, fazendo com que nós possamos nos reconhecer e nos situar enquanto frutos de um meio que se dá pelas relações estabelecidas entre os próprios homens, mas também pelas relações que o homem estabelece com a natureza, na tentativa justamente de desfocar o homem de suas “querelas” materiais e de suas guerras de fronteiras, para ser então levado ao posto de integrante de um todo (natureza) que estabelece suas próprias leis de existência; defendem também a liberdade em todos campos da sociedade, inclusive o mais polêmico, talvez, o da sexualidade, mas também da religiosidade, do direito de ir e vir, ou seja, da “quebra” dos módulos que as instituições sociais (igrejas, trabalho, família, escola) nos impõe.
            Poderíamos argumentar aqui em um extenso debate sobre os prós e os contras dessa ideologia que nasce no seio de uma classe dominante e que assim que se toma forma, em uma realidade social, por uma maioria da classe dominada, esse discurso é então massacrado e marginalizado por essa própria classe dominante.  Mas o intuito não é uma análise maniqueísta, à qual atribuiremos um julgamento de valores, e sem compreendermos como um discurso ideológico é legitimado pela classe dominante quanto à sua articulação social, ou seja, a submissão aos seus interesses, seja de apresentar uma nova perspectiva, que na década de 1960 talvez não fosse aprovada por todo o corpo social, mas estava condicionada a desviar o foco de um quadro lamentável à humanidade que é justamente o desnorteamento que as pessoas enfrentam após uma catastrófica guerra; ou a articulação de se distanciar certos grupos sociais, que atualmente, não estão inseridos em uma demanda de mercado, seja pela perspectiva econômica, quanto as “competências” necessárias ao mercado de trabalho; seja pela cultura, que padroniza modelos para que haja um extenso mercado consumidor; seja pela política, que nada ou pouco se preocupa com indivíduos que não comprometem como eleitores, ou pela própria arte, esta pode ser então a perspectiva mais interessante de ser analisada.
            A arte nos dias atuais como em todas as áreas do conhecimento, se legitima ainda pelas próprias leis que são estabelecidas por um grupo na sociedade, que reconhece o seu “lugar” de produção e este sim vai dizer o que é arte e o que não é arte. Mas é complexo compreender em seu discurso uma totalidade do mesmo, pois na postulação atual estamos em um contexto “pós-moderno”, e no campo da arte há uma “ruptura” no discurso que não ocorre de fato na realidade orgânica social, ou seja, essa arte de perspectiva “pós-modernista” vem definir, que segundo Karl Marx, todo ser humano é compreendido por um campo do que ele chama de “prático-utilitário” (finalidade) e o que transpõe a isso pertence ao campo do “estético-sensível” (que não há uma finalidade específica, senão a própria fruição do homem), cabendo estas duas máximas do homem se complementarem mutuamente e preponderantemente se articularem em tudo e em todos, assim a arte compreende e estabelece que qualquer indivíduo é produtor de arte, qualquer um é um artista; só que no “concreto” essa intencionalidade não se materializa, porque primeiramente todo e qualquer indivíduo deve ser submetido à uma categorização de outros que compõe esse “lugar” de legitimação que irá “aceitar” ou não determinado produto desse campo “estético-sensível” como arte.   Há a necessidade implicante à uma erudição tanto para “avaliação” dessa arte ou mesmo para sua compreensão, é como se o “popular” e o “erudito” se fundisse de forma a exigir uma erudição (mínimo conhecimento necessário a compreensão do mesmo) ao reconhecimento desse “popular”.
            Nesse emaranhado de indagações que encontra-se a cultura hippie dos dias atuais, que por não suprirem um mercado e não serem legitimados como arte, fica-se “perambulando” entre a marginalização e a extinção dessa ideologia .
            É necessário, então, enxergarmos as diferenças que se igualam na concepção da formação de uma humanidade, e que há uma subjetividade que é composta como fruto da própria sociedade e por muitas vezes redimensionadas dentro dela. Por isso, deveremos apelar pela sensibilidade de tornar inteligível e o menos contraditório possível a nossa existência, que se houver uma forma melhor ou mais concisa de nos organizarmos para não nos limitarmos a uma "bestialização" provocada pelo sistema em uma articulação de um discurso dominante que manipula e se “arraiga” se fortalecendo cada vez mais na “alienação” do corpo social, então só assim veremos com certa “claridade” a capacidade do homem em sua pluralidade de se estabelecer e também de se enxergar nessa existência.
                                                               Janayna Medeiros Pinto Santana
                                                               (janaypiri@hotmail.com)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ASSOCIAÇÃO PRO- COLETIVA

                                              Associação Pro-Coletiva
Os presidentes e idealizadores da Associação Pro - Coletiva, Daniel Lucas e Flávio Henrique, Acadêmicos de Licenciatura plena em História pela Universidade Estadual de Goiás(UEG) e do Instituto Federal de Goiás (IFG). Vêm elucidar aos caros leitores os objetivos da Associação Pro - Coletiva representada pelo jornal O Manifesto. 


Nós do jornal  O MANIFESTO, por meio deste, viemos agradecer  pela sua atenção , colaboração e carinho para com o nosso caderno informativo ,este que além de  publicar trabalhos como dos quais aqui estão , vem também representar ideias e projetos elaborados e realizados pela associação Pro-Coletiva .a mesma idealizada e organizada por universitários de varias vertentes acadêmicas e também de pessoas de seguimentos diferentes tais como família ,jovens ,amigos  do meio empresarial , músicos , escritores , pessoas que aderiam o nosso movimento com o intuito de somar .
projetos serão realizados e aqui divulgados , sabemos também que , não podemos realizar todos , nem mesmo  tingir um número expressivo de pessoas  com o nosso trabalho , mas temos a consciência de , apesar de tudo  o mínimo que conquistarmos , se tornara um feito grande de expressão .
desde já , fica o nosso convite para juntar-se a nós  com o intuito de agregar  novas ideias e parcerias ao nosso movimento , buscando assim  o crescimento  coletivo e pessoal , e ainda contribuir  com aspectos sociais 


obrigado a todos !!!