segunda-feira, 26 de março de 2012

Ao Soar das Teclas!

Ao soar da teclas Relicário do Esporte Inhumense Gostaria de inaugurar essa coluna tratando do esporte em nossa cidade o que pretendo fazer a partir da década de 80 ou, mais precisamente, o ano de 1982, que foi o ano em que cheguei a Inhumas, vindo de São Paulo, juntamente com a minha família. Parto deste ponto para chegar à atual conjuntura em que se encontra o esporte em nossa cidade. Quando aqui cheguei aos 11 anos de idade, podíamos escolher dentre várias modalidades esportivas as que desejássemos praticar, havia escolinha de natação, escolinhas de futebol, escolinhas de basquetebol, escolinhas de voleibol e ainda no período de férias havia uma colônia de férias da prefeitura municipal que não deixava os alunos ociosos no período. Pois bem, por que relembro isso? Eu explico. De lá para cá muito se avançou no sentido de se garantir às crianças e aos jovens um crescimento saudável protegendo-os de toda e qualquer ação que pudesse prejudicar seu pleno desenvolvimento físico e psicológico. Dentre eles podemos destacar a elaboração do Estatuto da criança e do adolescente, o Programa de erradicação do trabalho infantil, os programas sociais como Bolsa-escola e Bolsa-familia a fim de assegurar a permanência da criança na escola. Juntamente com o aparecimento desses programas também cresceram as situações de risco que afetam a vida de muitos jovens não só na nossa cidade, mas em todo o país como é conhecido de todos, uma vez que os meios de comunicação não param de noticiar esses fatos como a prostituição infantil, o trabalho infantil, as drogas, o ingresso cada vez mais cedo à marginalidade, dentre outros. Aqui em Inhumas o que o esporte tem oferecido aos nossos jovens? Ajudem-me se eu estiver errado, mas só conheço as escolinhas municipais cujas atividades se encerram quando a criança completa 15 anos, ou seja, no período em que o jovem mais precisa estar envolvido em uma atividade salutar como o esporte isso lhe é arrancado. Pesquisas comprovam que é nessa fase que acontecem os primeiros contatos com o cigarro, com as drogas licitas e ilícitas e com a criminalidade. É claro que temos que reconhecer o trabalho de várias instituições que se dedicam a oferecer aos jovens opções de estarem protegidos de todas essas mazelas e formarem cidadãos através de seus projetos como é o caso da FAMI. Mas essa não é a questão principal que pretendo tratar aqui, já que, essas questões sociais são de uma complexidade que fugiria ao tema esporte que pretendo tratar e nem pode ser o esporte o salvador da pátria e, sim um importante instrumento na luta contra tais mazelas e a favor da formação do cidadão como conhecedor do seu papel na sociedade. A experiência adquirida através de vários anos com esporte nos mostra que nossa cidade tem potencial pra fazer muito mais pelos nossos jovens, se tal ferramenta fosse mais bem aproveitada pelos nossos gestores e pela sociedade como um todo. Nossa cidade tem uma estrutura esportiva que poucas cidades do estado e, me arrisco a dizer, do país tem. São campos de ótima qualidade, quadras que precisam de mais atenção, ginásios que poderiam ser melhores aproveitados em projetos esportivos que contemplem outras modalidades esportivas e não apenas o futebol. Para se ter uma idéia de como aqui em Inhumas “se chove pra cima” todos os anos acontece em nossa cidade um dos maiores eventos esportivos do estado de Goiás, que é a Maratona Esportiva Inhumense e que, engloba diversas modalidades esportivas tendo como grande atração o Futsal com mais de 80 equipes inscritas todos os anos somente na categoria adulto. Agora me digam se não é, no mínimo intrigante, saber que não existe uma escolinha de futsal na cidade, como resultado temos uma competição onde os competidores mal conhecem as regras do jogo e o fazem como se estivessem atuando no campo o que prejudica a estética do jogo e o trabalho da arbitragem que precisa estar ensinando regras aos competidores, chega a ser pitoresco. Isso sem falar nas outras modalidades tem competição de voleibol, mas não temos escolinha de voleibol; tem competição de handebol, mas não temos escolinhas de handebol; tem competição de basquete, mas não temos escolinhas de basquete. As atenções se voltam apenas para o futebol e, como dito anteriormente, só até os 15 anos de idade após isso se o jovem tiver condições de continuar treinando fora de Inhumas bem, senão, será mais um talento perdido devido a concorrência desleal com outras atividades, repito, muitas vezes nada salutares. Pra falar de esporte em Inhumas não podemos deixar de lado a nossa maior marca esportiva que é o Inhumas Esporte Clube, a nossa querida “Pantera Avinhada” que está vagando pela terceira divisão do futebol goiano. A equipe “Bola de Ouro” da Rádio Jornal de Inhumas, mais uma vez, está fazendo a cobertura do campeonato goiano da primeira divisão e nas nossas andanças pelo interior de Goiás constatamos que é difícil encontrar uma cidade com o potencial da nossa. Temos um ótimo estádio, o melhor do interior goiano, levando-se em conta gramado, segurança, condições de trabalho para a imprensa e não temos um time. Vejo que a cidade de Inhumas desacostumou a ser representado na elite do futebol goiano e a política tem atrapalhado esse processo. Falta incentivo do poder público e do empresariado para a formação de uma equipe competitiva e que nos represente bem. É necessário que o empresariado entenda que uma equipe de futebol com um projeto sério, movimenta a cidade gerando divisas. É necessário que haja incentivo para que as categorias de base do Inhumas funcionem o ano inteiro para que a base esteja pronta para as competições a serem disputadas. Essa semana em conversa com o Presidente do Inhumas Alessandro Valim ele nos disse que um projeto para as categorias de base em parceria com a Ponte Preta de Campinas ( São Paulo) e o ex jogador Romeu( Goiás EC, Inhumas EC, Ponte Preta entre outros) que esta morando em Inhumas está em andamento, fica a nossa torcida para que o projeto saia do papel e que encontre os parceiros necessários para a implementação do mesmo. No mais reafirmo que uma cidade com tanto potencial para o esporte não pode viver apenas de escolinhas de futebol que fecham suas portas quando os jovens mais precisam nelas estarem inseridos. Um abraço e até a próxima conversa ao soar das teclas. Neilton Carlos é formado em Letras e cronista esportivo filiado a ACEEG(Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás) neilton4ever@hotmail.com

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