quinta-feira, 15 de março de 2012
Sabedoria mineira
Indignação é uma queixa
Inspiração uma deixa
Da queixa vem o queijo
Que aqui deixo.
Leonardo Daniel
Poema publicado no meu livro
"Quando o Sol Venceu"
Editora Baraúna
O MANIFESTO
ASAS DO INFINITO
O INTERIOR
Quando se pensa no interior, as pessoas imaginam algo a respeito de cidades menores, de cidades pequenas, e desta forma, dominadaspor um orgulho talvez até mítico,de difícil compreensão... Sentimento esse meio gregário e meio acintosoligado ao viver urbano em grandes metrópoles;inflam o orgulho com o menosprezo aos que vivem “na roça”. Paradoxo: pois há também o auto menosprezo dos que vivem no campo em relação a si mesmos.
Sem querer me valer de expedientes sociológicos dos quais não disponho, penso que hoje “ir para roça” é o mesmo do que “ir para o paredão”, mas essa comparação televisiva não resiste ao olhar mais clínico deste contexto social. Análogo a tudo isso, temos ainda a expressão “programa de índio”, para dizer que o programa, geralmente um passeio, é de fato muito ruim, estranho! Já que, a pescaria tão apreciada por muitos, o que é então? Posso, portanto, concluir o quão preconceituosos somos nós em relação ao outro, quando esse outro mora no interior, ou no campo. Nos esquecendo completamente de fundamentos sociais de demografia, pois diga-se de passagem é esse outro quem produz o nosso alimento, dependemos do camponês. E não pense que a mecanização e monocultura é a solução do problema, porque não é.
Lembram-se do Arcadismo na Literatura? Lembram-se de Rousseau na Filosofia? Enfim, por que será que todos urbanos das grandes cidades voam para o mar e para o interior nos feriados e fins de semana? O Arcadismo queria o homem de volta a Arcádia que era um monte sagrado da Grécia Antiga. Rousseau elogiava a vida no campo. A vida simples do campo.
Bem, dito tudo isso, é hora de tentar dizer a verdade. Assim, o interior do coração do ser humano é a realeza da sua alma. Sendo o homem real algo que nasce dentro da consciência que se desperta para a vida de quem éalém de estar o que de fato sempre foi. Afinal não é possível ou salutar que o homem viva fora de si mesmo, por isso somos condenados a sermos livres, e somos condenados a sermos livres aqui e agora, já! E dentro da gente! Para sempre e sempre... De tal modo, o homem deve saber que o reflexo de seus olhos não são vistos só pelas águas do Rio Araguaia, mas sim pela multidão ao seu redor. Isso quer dizer que óculos escuros não escondem tudo. O melhor é ver se realmente há em você o tigre da verdade.
Como aprendi esse tigre mora dentro da gente no nosso “in-terno”... Dentro de nós a tríade perfeita, o terno da Trindade Santa. Se não alimentamos nosso tigre com gestos de autêntica coragem esse tigre simplesmente devora o amor, e ele não faz isso por que quer, ele faz isso porque não há opção. Quando o tigre devora o amor. Só um milagre o fará vomitar o menino de luz. E enquanto isso não acontece a consciência sofre pela falta de luz. E porque agora há um menino pedindo esmola, onde antes havia um reino de paz.
Façamos uma volta ao tema inicial: o mundo externo a nós, as cidades pequenas, o interior para as capitais e grandes centros. É um reflexo do que somos. Deste modo, é tão interessante perceber que no carnaval, haja esse intercâmbio entre capital e interior, ‘sonhos de uma noite de verão’são perigososa meu ver meu senhor. A mesma luz do holofote que ilumina a libido... Deixa o vírus ainda mais invisível. Já pensaram nisso? Senhoras e Senhores. Ah, e antes que eu me esqueça, eu adoro por mil motivos e sem motivos, morar em INHUMAS...Que tal falarmos disso na próxima edição?
Inhumas, 02 de março de 2011
Leonardo Daniel
leodanielrb@yahoo.com.br
Membro da Alcai,poeta e professor
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