quinta-feira, 19 de abril de 2012
Somos mais que rótulos
Somos mais que rótulos
Surgiu há mais de 3500 anos, desde aí inúmeras são suas funções e significados. Primitivamente eram feitas para marcarem as fases da vida biológica, depois, representavam fatos da vida social, como nas comunidades tribais espalhadas por várias partes do mundo, são consideradas ritos, marcas que evidenciam costumes, crenças e personalidade.
Até mesmo na era Cristã, sob o risco de sofrer severas punições também era manisfetada entre os cristãos como forma de se reconhecerem. Na era moderna passou anos de marginalidade, como algo repulsivo e que trouxe forte e marcado o preconceito existente até hoje, mas em formas bem menos radicais. Hoje é vista por pessoas que admiram e são adeptos da arte.
Essa é uma breve história da tatuagem, uma arte que também foi marcada pela presença feminina. Tempos atrás, o único lugar que se podia encontrar uma mulher tatuada era em circos e feiras exóticas, pois, como sempre o preconceito se fazia presente, rótulos como “tatuagemn era coisa para marinheiros e motociclistas rebeldes”, sempre permaneciam.
Os circos no final do século XIX faturavam com esses espetáculos de mulheres tatuadas, pois, eram raras, foi nesse contexto que Jean Furella a famosa mulher barbada fez grande sucesso. Depois de se apresentar por tempos como a mulher barbada, ela tatuou todo seu corpo continuando sua carreira no circo.
Em 1939, Betty Broadbent, ficou conhecida como a mais bela tatuada do mundo, com mais de 350 desenhos espalhados pelo corpo, feitos por importantes tatuadores da década de 30, um tempo depois ela se tornou tatuadora.
Cabelos coloridos, descoloridos, curtos ou longos, unhas de cores diferentes, aquelas que somente usam saias, aquelas que trabalham uniformizadas, as que dirigem as que são zelozas mães e donas de casa, as tímidas, as desinibidas e independentes, as que não usam brincos, as tatuadas... Enfim, são características que revelam nossa essência do que somos feitas, das ideias e ideais que carregamos conosco, a história de mulheres que contrariam tantos rótulos como essas citadas acima, devem servir como inspiração para todas independentes do que você concorda ou não. Devemos saber respeitar e até mesmo admirar a coragem de mulheres que com atitude mostram que podem sim ser taxistas, caminhoneiras, vaqueiras, tatuadas e tatuadoras.
Somos sempre lembradas como o sexo da fragilidade, a parte que sempre deve ceder, as emotivas, sensíveis e até sensitivas, no dia que se comemora nossa condição de mulher ganhamos botões de rosas vermelhas, bombons e cartões, sempre nos lembrando de nossa importante existência, da força da mulher e da capacidade feminina.
Realmente não discordo de tanto “encanto feminino”, de tanta doçura, não discordo das rosas, muito menos dos botões, mas eles ficam melhores em suas roseiras do que dentro de uma agenda velha e jamais discordaria dos bombons, esses que nos acompanham em nossas mensais regras de tortura.
Diante de todo esse rótulo de sexo frágil, que comumente é reforçado, percebo que somos muito mais que um sexo, e bem mais que fragilidade, somos capazes de nos revelar mais que sentimentos, mais que vaidade, mais que “Amélias”, somos capazes de nos manter mulheres até mesmo diante de preconceitos provenientes da falta de conhecimento, o fato de ter abordado a tatuagem, foi somente uma forma de mostrar que tudo tem seu fundamento, desde uma simples vaidade feminina até mesmo a expressão de personalidade e só percebe isso quem é capaz de admirar com sabedoria uma mulher de verdade.
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